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Monday Mar 23, 2015
episódio 71 Lara Seixo Rodrigues
Monday Mar 23, 2015
Monday Mar 23, 2015
A convidada desta semana, é a Lara Seixo Rodrigues, que faz muita coisa, embora ultimamente esteja ligada à curadoria de artistas, mais ligados à street art.
Eu já tinha ouvido falar muito da Lara, primeiro porque fui colega de faculdade do Pedro, o irmão dela, que fazia as maquetes mais espectaculares da turma e arredores, contrastando com as minhas, que segundo uma professora eram "feitas com os dentes". Em segundo lugar, acompanho via web alguns artistas que de alguma forma já colaboraram com a Lara, sendo participantes em alguns projectos por ela organizados.
Já tinha no radar falar com a Lara, há algum tempo, mas como lhe disse pessoalmente, até agora não sabia muito bem qual o ângulo a abordar na nossa conversa.
A conversa conseguiu superar as minhas expectativas, que já eram altas, a Lara gosta do que faz, sabe fazer, e tem uma visão bastante abrangente do panorama da arte em Portugal, mais focada porém na street art.
As pessoas são o que motiva a Lara nas intervenções urbanas, o alterar dinâmicas nas cidades, só faz sentido se for com as pessoas e para as pessoas, num processo inclusão, integração, e não ser simplesmente uma parede "muita cool".
Falámos da necessidade de dar espaço aos artistas para criar, retirando-lhes a não natural tarefa de negociar contractos, autorizações e todas as burocracias que retiram tempo para aprofundar as suas capacidades, explorar novos caminhos, e no fundo crescer como artista.
A questão das galerias, e dos agentes, é algo que me divide de alguma forma, mas consegui ficar mais esclarecido ao falar sobre o assunto, com quem sabe mais do que eu. Aquilo que percebi, é que os maus agentes e os maus galeristas, fazem com que muitos artistas não consigam ver as vantagens de ter alguém a "arrumar" as coisas, para a energia que o artista traz, seja entregue na sua arte, e não burocracias nada criativas.
A Lara tem de ser organizada, pois gerir 15, 20 projectos ao mesmo tempo implica organização, mas também tem de ser capaz de desligar ao fim de um dia intenso.
Referiu-me que a vida é que lhe ensinou, tanto a ser organizada, como a saber desligar. Disse-lhe que a vida tinha sido boa professora para ela, mas mais importante que a vida ter sido boa professora, foi a capacidade que a Lara teve para ouvir os ensinamentos que a vida lhe apresentou.

Monday Mar 16, 2015
episódio 70 Tiago Figueiredo
Monday Mar 16, 2015
Monday Mar 16, 2015
O convidado desta semana é o Tiago Figueiredo, fotógrafo, realizador e um amante das viagens.
Conheci primeiro o trabalho do Tiago, o Photomaton, porque usei várias das fotografias de convidados anteriores para o post do Facebook. Fui usando, porque os convidados me diziam, "usa a foto que o Tiago me tirou". Ao fim de várias fotografias, achei por bem entrevistar o responsável.
Enviei um primeiro convite que se extraviou, mas por coincidência, um dia de Meetup do Colab Lisboa, estava eu de saída, chega o Tiago que vinha ter com alguns elementos do Colab. Aproveitei a oportunidade e prontamente o Tiago respondeu que estaria disponível.
No dia combinado, meti-me no carro para ir até à LX Factory, ao Cowork Lisboa, local onde faria a entrevista. Depois de 50 minutos à procura de lugar, e através da Cristina Nobre Soares (que entretanto encontrou o Tiago que andava à minha procura), falei com o Tiago, e fomos no meu carro procurar um lugar de mais fácil estacionamento.
Fomos parar à doca de Belém, e no caminho fomos logo estabelecendo ligação, falando de motas, do meu tombo que me estragou o ombro, e do projecto Falar Criativo.
A conversa foi fácil, o Tiago tem o tipo de percurso que me interessa, o não linear, um percurso mais horizontal, mais focado no estar bem consigo, e menos numa de ascensão vertical e apressada de carreira.
Considera-se uma pessoa com sorte, que as coisas lhe têm corrido bem. Acho interessante que as pessoas que se consideram com sorte, que de certa forma são gratas pelo que de bom lhes acontece, são regra geral pessoas que trabalham tanto como as outras, mas cujo esforço acaba por lhes custar menos, há uma força ( a sorte) que os ajuda.
A conversa andou pelo ensino, como aprendemos, preconceitos, zonas de desconforto, foi um zigue-zague tal qual aquele que todos sentimos pelo facto de estarmos vivos.
Por muito que o possamos desejar, a vida não é uma linha recta.

Monday Mar 09, 2015
episódio 69 Anita Silva
Monday Mar 09, 2015
Monday Mar 09, 2015
A convidada desta semana é a Anita Silva, CEO da Team Mais, uma empresa de consultoria criativa, e acima de tudo uma pessoa muito divertida.
Conheci a Anita através do Colab Lisboa, e logo na primeira reunião onde a conheci percebi que estava perante alguém criativo, e com muito para partilhar de forma divertidamente séria.
Durante a entrevista foram várias as coisas que retive e que precisei de escrever, como por exemplo, a definição que a Anita tem de inovação.
"Concretização eficaz de uma ideia, que tem uma mais valia."
Isto é, valor é adicionado, sem isso não há inovação, e muitas vezes sinto que o só fazer diferente basta a muitas pessoas para se considerarem inovadoras, eu próprio me incluía há muito pouco tempo atrás.
Falámos da criatividade como capacidade de irmos construindo as coisas, de sermos "criadores" da nossa própria vida, e o importante que isso é.
Outro conceito que me mexeu cá dentro, foi a relação entre criatividade e autoconfiança, que a criatividade tem muito a ver com isso, "eu sei que sou capaz, e vou fazer". Vejo por mim, que à medida que a minha autoconfiança se expande, tenho vontade de criar mais, e criar coisas maiores.
O projecto Clowncare, é algo que acho muito interessante, pois durante a minha vida já tive de contactar com a realidade dos lares de idosos, e sei que um palhaço que visita e faz rir, são anos que dão aos idosos, e sobretudo, momentos de ligação e onde a dor se esquece por instantes.
- Site da Team Mais.
- Play Seminar, "Como ligar o On da sua Criatividade".
- Site da Clowncare.
- Campanha de crowdfunding da Clowncare.
- Entrevista da Maria Popova.

Monday Mar 02, 2015
episódio 68 Hugo Barbosa
Monday Mar 02, 2015
Monday Mar 02, 2015
O convidado desta semana é o Hugo Barbosa, um personal trainer, bastante jovem, que conheci através de um amigo que treina com ele.
Esse meu amigo, o Jorge, falava comigo sobre a qualidade dos treinos, sobre o quanto o Hugo sabia acerca da qualidade do movimento, mais do que ficar "ripped", seco, com grandes músculos.
Há uns anos atrás tive um acidente de mota que me deixou um ombro bastante mal tratado, e desde então já fiz várias coisas para recuperar o padrão de moviemento normal do ombro, sem dor. Acabei por um dia fazer um treino com o Hugo, e nesse mesmo treino percebi, "este puto é diferente" (o Hugo tem menos 10 anos que eu).
Eu já tive contacto com outros personal trainers, que não são mais do que vendedores de automóveis vestidos de fato de treino, que são todos falinhas mansas, e falam no físico, e ganhar músculo, etc, mas eu considero, provavelmente devido ao meu historial de lesão, que ter um movimento correcto, e não ter dores é a base de qualquer forma física que venha depois, deverá ser uma consequência de uma estrutura eficaz, e não apenas um trabalho de tunning da carroçaria.
Também quis falar com o Hugo porque, num fim de um treino, ao falarmos de um livro que estava a ler, ele me disse "cada vez mais tenho a certeza que escolhi o curso certo", quis perceber como soube isso, e de que forma a sua postura de querer saber mais o faz ir mudando de tipos de treino, mas com um fio condutor, que é o mover bem e correctamente.
O meu irmão, ao qual ofereci no Natal um treino/avaliação com o Hugo disse-me "ele deve gostar mesmo daquilo que faz, tão novo e sabe tanto", mostra bem que quando gostamos muito daquilo que fazemos, tentamos sempre saber mais, fazer mais, ser melhor.
Continuemos na busca, se ainda não encontrámos, daquilo que como diz o Sir Ken Robinson ser o nosso elemento, aquilo em que queremos ser bons, saber mais, ser mais.
- Site do Re-Move.
- Livro que estava a ler quando falei com o Hugo. Spark do John Ratey.

Monday Feb 23, 2015
episódio 67 Tiago Nunes
Monday Feb 23, 2015
Monday Feb 23, 2015
O convidado desta semana é o Tiago Nunes, designer, que tive a sorte
de conhecer em Dezembro quando fui a uma "Design Thinking Flash Session"
organizada pela With Company, evento partilhado pelo convidado número 11 do Falar Criativo, o Rui Quinta.
O Tiago tirou o curso de Design de Produto da Faculdade de Belas Artes, onde contactou com o lado mais "artístico" do design.
O
design como ele próprio se apercebeu, é muito mais do que desenhar
coisas, do que compor um flyer, criar um website, ou como muitas pessoas
acham, embelezar a coisa para se vender mais caro.
A pós-graduação no ISEG,
em Design e Inovação foi fundamental para clarificar determinados
conceitos que de alguma forma o Tiago já se tinha apercebido, o design
como ferramenta de desenvolvimento de estratégia, de processos.
Este
casamento entre um lado mais artístico/criativo, e o lado mais da
economia/gestão é algo que me interessa particularmente, pois como
pessoa criativa que me considero, tenho alguma dificuldade em ter um
pragmatismo económico que me permita viver da enorme quantidade de
ideias que me assolam o pensamento.
O Design Thinking (DT)
surgiu na vida do Tiago, e como uma pseudo-quase epifania, permitiu-lhe
perceber que muitas das coisas que ele já tinha experimentado na
práctica, tinha um nome, e havia uma "escola" nos Estados Unidos da
Améria, a d.school de Stanford, que oferecia um curso nessa área do DT.
Como Stanford estava longe, e havia uma irmã alemã (que também era boa,
#palhaçada), rumou até Berlim, onde fez o curso de dois semestres .
O curso fez ver que é fazendo que se aprende, essa componente muito mão na massa do DT e muito centrada no utilizador é peça fundamental na maneira do Tiago abordar as questões do design.
O
Tiago tem um currículo extenso para uma pessoa da idade dele, com
experiências internacionais a atestar o valor e capacidade que possui.
Várias
vezes o Tiago foi referindo "...tive a sorte...", mas não me parece que
tenha sido sorte, ele faz pelas coisas, gosta bastante do que faz, e
faz bem.
Quando lhe pedi para me dizer qual
era o "elevator pitch" da With Company, ele disse-me que o Rui Quinta é
que é a pessoa da comunicação, mas fiiquei a saber que é uma
consultora, uma agência de estratégia de design.
Em
tom de brincadeira ofereci-me para ir colaborar com eles, pois quem os
conhece percebe que são uns porreiraços, malta muito descontraída que
adora o que faz, e por essa razão faz bem, faz muito bem. O ambiente
galhofeiro do processo, e do mindset do DT, é sem dúvida algo que gostei muito de experienciar quando tive a oportunidade no Creathon em Cascais.
Como
o Tiago refere, as pessoas são a alma do negócio, as pessoas é que
fazem a diferença, para mudar uma marca, a mudança tem de começar ao
nível do indivíduo, não ao nível de um conjunto de regras e
procedimentos.
Foi mais uma conversa que me deixou bastante mais rico, e não falo obviamente de euros.
- Site da With Company.
- HPI School of Design Thinking em Berlim.
- Blog sobre o projecto que o Tiago desenvolveu com o Rui Quinta, Fishing for Ideas.
- Blog sobre o projecto que o Tiago desenvolveu com o Rui Quinta, em Berlim para a startup Mimi, Say What?
- Sugestões de Livros
- Conversas com Agostinho da Silva.
- The Design Of Business do Roger Martin.
- Design Driven Innovation do Roberto Verganti.

Monday Feb 16, 2015
episódio 66 André Bello e Rique Nitzsche d.think
Monday Feb 16, 2015
Monday Feb 16, 2015
Os convidados desta semana são o André Bello e o Rique Nitzsche, dois brasileiros da dthink, que tive a oportunidade de conhecer através da iniciativa da Câmara Municipal de Cascais, o Creathon - Maratona Criativa, na qual participei durante dois dias e meio, para através do Design Thinking encontrar soluções para alguns dos problemas do Concelho de Cascais.
O Creathon foi muito interessante, uma vez que aliava uma formação e a sua aplicação imediata, alternando momentos teóricos com a utilização na práctica dos conceitos que eram explicados.
A metodologia do Design Thinking é algo que me seduz, pois a minha curiosidade se saber dos mais variados assuntos acaba por ser uma mais valia, porque me permite relacionar vários conceitos, ter pensamentos desordenados, que acabam por ser filtrados, nos momentos determinados para o efeito.
Eles falam nas personalidades em forma de T, ou especialistas em generalidades, pessoas que no eixo horizontal percorrem várias áreas e assuntos mas que no eixo vertical, aprofundam apenas um.
Eles falam durante a entrevista algo que também acredito, e que á tinha ouvido de outras pessoas, que o ser humano é a unidade mínima de transformação, que se queremos mudar alguma coisa numa empresa, ou até num país, temos de conseguir mudar ao nível do indivíduo, e só depois a mudança será profunda e duradoura.
A inovação que tanto se fala hoje em dia, deve ser um processo constante, não apenas quando as coisas começam a correr mal, como o André refere a mudança é feita "por amor ou por dor", isto é, quando há vontade de mudar ou a necessidade. Quando há necessidade, devido a problemas, é mais óbvio e imperativo, mas quando as coisas estão a correr bem deve haver vontade, amor, para inovar, para fazer melhor, usando os recursos disponíveis em alturas de abundância.
A alegria e o divertimento são parte dos ambientes criativos, e experenciei isso no Creathon, onde o facto de haver alturas em que não há filtros, onde a quantidade de ideias é o mais importante, as pessoas soltam-se e retornam o contacto com a criança criativa que vive dentro de todos nós.
Acerca disto eles falam que a criatividade é uma linguagem esquecida, que todos nascemos criativos, mas através da formatação do sistema de ensino muitos de nós, desligamos essa parte de nós.
O falhar, falhar depressa, é o caminho para acertar, quanto mais depressa falharmos mais depressa acertamos.
Não passa por ser irresponsável, estamos a falar em "laboratórios", em ambientes controlados onde o erro pode ser minimizado, mas que nos permite ver o que pode e deve ser melhorado.
A própria escola deveria ser um espaço de erro, e com ele a aprendizagem resultante, mas pelo contrário a escola tornou-se um espaço de "certezas" ou o erro é altamente penalizado.
Vou mergulhar mais nesta maneira de pensar, usando de forma consciente o pensamento divergente e o pensamento convergente, para ver se dessa forma mais estruturada consigo usar positivamente o turbilhão de ideias e interesses que tenho.
- Site da d.think.
- Livro referido pelo André, os Inovadores de Walter Isaacson, em Português do Brasil e em Inglês.
- Livro referido pelo Rique, Jony Ive de Leander Kahney, em Português do Brasil e em Inglês.

Monday Feb 09, 2015
episódio 65 Catarina Sousa
Monday Feb 09, 2015
Monday Feb 09, 2015
A convidada desta semana é a Catarina Sousa, arquitecta que tive contacto através de uma partilha de uma amiga minha, a Cecília Lopes que tem um centro de yoga onde a Catarina pratica, o Surya Yoga Shala.
A Catarina tem uma página no facebook Inner Tree, onde partilha dicas, frases, e outras coisas relacionadas com a harmonia, arquitectura, feng shui, e outros assuntos afins.
Quando fui falar com a Catarina andava eu próprio a sentir-me desconfortável na minha própria casa, e a sentir que havia várias coisas que não fluiam, o podcast, a relação com as minhas filhas, e até a relação comigo mesmo.
Sentia a falta de um espaço dedicado ao trabalho, pois o escritório era um bocado que eu ocupava na sala. O espaço para criar o escritório existia, estava era cheio de tralha e a preguiça/procrastinação não deixavam que a mudança se fizesse.
Já está, neste momento escrevo no dito espaço, que era uma pena estar dedicado a acumular tralha. Foto da vista em anexo.
A Catarina tem um percurso dentro da arquitectura até bastante lógico, trabalhar num atelier durante 10 anos, chegar a ter sociedade, e depois perceber que a vida não pode ser só isto.
O seu gosto pela harmonia fizeram-na chegar ao Feng Shui, uma "corrente de pensamento analítico" (segundo a wikipédia), que tenta criar essa mesma harmonia nos espaços onde habitamos.
Agora a Catarina tem essa ferramenta que usa para fazer avaliações de espaços, usando instrumentos como a Lo Pan, que ajudam a tornar mais claro aquilo que por vezes sentimos e não conseguimos identificar quando entramos numa sala que parece não funcionar.
Como ponto de partida é essencial "destralhar", vermo-nos livres daquilo que já não usamos e que vamos deixando ficar lá por casa, e que acaba por bloquear o fluxo normal da energia.
Haverá concerteza pessoas que não acreditam em nada destas coisas, mas eu não sou dessas pessoas, eu acredito que as coisas que nos rodeiam nos influenciam, mas mais importante do que isso é a ligação emocional que criamos a certas coisas, um apego que não nos deixam avançar como se de uma âncora se tratasse.
A sensação que fiquei ao falar com a Catarina é que as coisas fluem porque ela respeita o seu ser, se respeita, e essa clareza que vem de não forçar, permitiu-lhe ver uma oportunidade de negócio numa necessidade, e assim criou a Mercearia da Terra, um pequeno negócio que traz para a cidade as riquezas escondidas que temos em muitas zonas rurais de Portugal.
Vou então respeitar-me mais, largar o excesso e zarpar a àguas mais prolíferas.
Lírio da Paz - serve para absorver radiações. Obrigado Sr Lírio.

Monday Feb 02, 2015
episódio 64 Cristina Nobre Soares
Monday Feb 02, 2015
Monday Feb 02, 2015
A convidada desta semana é a Cristina Nobre Soares, escritora, fundadora do Dream Lab. A Cristina foi-me apresentada pela Sónia Fernandes, quando fui à primeira reunião do Colab at Lisboa, no Cowork Lisboa.
Já tinha lido na revista Visão um artigo sobre o Dream Lab, e fiquei cheio de vontade de falar com a Cristina, sobre este laboratório que tanta falta me tinha feito quando era eu adolescente, pois como ela diz na entrevista, é dito ao jovens, "A vida não é só isto", isto no sentido de que nós não somos um cargo, uma profissão, um título, e acima de tudo todas as escolhas são válidas, temos é de as fazer com seriedade, entrega e de forma sustentada.
Desde pequenina que a Cristina queria ser escritora, mas acabou por tirar o curso de engenharia florestal, curso onde segundo ela aprendeu a ser humilde, coisa que o meu também me fez um bocado, uma vez que tal como a Cristina a escola até aí tinha sido fácil, boas notas não me eram difíceis.
Chegou então a um ponto onde não foi possível continuar a ser aquilo que não era, pois mais uma vez usando as palavras da Cristina, "nós só somos um, não podemos ser duas pessoas", e aquilo que ela era e é, é escritora. E que bem que ela escreve, eu pelo menos gosto do estilo de escrita.
Falamos também que nós como pais temos a tendência para "mastigar a vida" dos nossos filhos, e que nem sempre será o melhor para eles.
Admito que hoje me foi algo difícil escrever este texto, fartei-me de tirar apontamentos enquanto ouvia novamente a nossa conversa, a dificuldade foi achar que há muito nesta conversa com o qual me identifico, mas as palavras ditas acertam na mouche, e seria apenas uma mera transcrição das sábias palavras da Cristina.
Acabo com a frase do Dream Lab, que para mim diz tudo.
"Aquilo que fazemos só faz sentido quando é aquilo que somos."

Monday Jan 26, 2015
episódio 63 Elsa Serra
Monday Jan 26, 2015
Monday Jan 26, 2015
A convidada desta semana é a Elsa Serra, uma contadora de histórias, que me foi sugerida pela Rossana Appolloni, que me disse que havia uma pessoa que tinha como profissão "contadora de histórias"! Fiquei curiosíssimo de falar com ela, de perceber o que é um contador de histórias, e como isso se faz.
O percurso da Elsa é não-linear, como muitos dos convidados do Falar Criativo, onde um sonho de ser atriz se cruza com circo, com escrita.
Acredito que a capacidade de contar histórias, de humanizar dados, factos e até coisas, é uma ferramenta que todos deveríamos possuir, pois no nosso dia-a-dia, as ligações que criamos com as pessoas que nos rodeiam, passam muito pelas histórias que vivemos e pela forma que partilhamos as coisas que nos acontecem, levando os ouvintes numa viagem connosco a sítios tão banais, como uma ida ao supermercado que se torna numa epopeia só porque nos esquecemos da carteira em casa, e o relato emociona quem nos ouve, e de alguma forma sente que também ele se esqueceu da dita carteira.
Os criativos, sabem criar, daí o adjectivo que se lhes refere, e essa capacidade tem de ser usada para envolver os destinatários daquilo que criam, passar a informação sobre os seus quadros, os seus potes, o seu design, etc., de forma que seja retida por quem será "comprador" daquilo que vendem. Como a Elsa diz na nossa conversa, 90% da informação é retida se for contada sob a forma de história, contra uns meros 34%, se for apenas um relacto de factos. A história apela a todos os nossos sentidos, inclui-nos, os factos são apenas "razão".
Como diz a Elsa no seu site, "Contar uma história é um exercício de intimidade", e todos, sem excepção, ansiamos por esse toque, por essa intimidade da partilha mágica de emoções.
O livro "A ilha" do João Gomes de Abreu e ilustrações da Yara Kono.
Monday Jan 19, 2015
episódio 62 Fernando Mendes
Monday Jan 19, 2015
Monday Jan 19, 2015
O convidado desta semana é o Fernando Mendes, que segundo o próprio, é um designer e pensa como um.
O Fernando foi-me apresentado pela Sónia Fernandes, convidada 57 do Falar Criativo, através de um email, onde me colocou em contacto com ele. Combinado o dia e hora, lá me dirigi eu ao Cowork Lisboa para fazer a entrevista, era fim do dia, e por essa mesma razão se ouvem algumas pessoas a passar por nós e a dizer "até amanhã".
Tirando o facto de saber que o Fernando era fundador do Cowork Lisboa, que era designer, e dava aulas, pouco sabia da pessoa em questão. Sendo assim, fui realmente disponível para ouvir, mais do que falar (algo que tento sempre nas minhas conversas/entrevistas).
Falámos de muita coisa, de criatividade, do que é isso da criatividade, do design, do "ser" designer, mas admito que retive a questão do Fernando se assumir como um preguiçoso, como algo profundo, e que me diz muito, por duas razões. A primeira é que tendemos a criticar maneiras diferentes de abordar o trabalho, a valorizar o ocupado, aquele que "nem tem tempo para se coçar", o empreendedor que se levanta às 5 da manhã e se deita à meia-noite. A segunda é que se ele é de facto preguiçoso e consegue gerar valor, é porque usa de forma muito acertada, tipo sniper, onde investir a sua energia e o seu tempo. Muitos de nós, nos quais me ainda me incluo, somos poucos criteriosos onde, quando, e como usamos as nossas capacidades, onde de melhor forma podemos acrescentar valor. Temos a tendência de seguir uma to-do list abarrotada, acabar o dia a sentirmo-nos falhados pois estamos cansados, e nem um décimo da lista foi feito.
O Fernando na música por exemplo simplificou, devoto fã dos Velvet Underground, diz que não precisa de ser fã de outras bandas, aquilo que os Velvet e o Lou Reed fizeram "é tudo".
Simplificar, dizer não, para dizer Hell Yeah, àquilo que realmente importa para nós, e onde inequivocamente somos geradores de valor na nossa especificidade.
http://youtu.be/0cWzxJvgWc8