Episodes

Monday Sep 08, 2014
episódio 42 António Campos Soares
Monday Sep 08, 2014
Monday Sep 08, 2014
O convidado desta semana é o António Campos Soares, um jovem que me foi sugerido por um ouvinte do podcast, o Michel Martins, como sendo escritor, músico, artesão e acima de tudo boa pessoa. Fiquei curioso...
Uma vez que o António vive em Joane, perto de Braga, a conversa foi via Skype. Por muito que gostasse de conversar pessoalmente, a distância ainda é grande.
O António estudou num seminário, e o sentido de comunidade foi algo que ele referiu como marcante, o sentirmos que fazemos parte de algo maior que nós, que temos com quem contar, dá a confiança necessária para poder querer fazer mais.
Estudou línguas na universidade, e ainda anda às voltas com um mestrado, mas isso não o impede de fazer parte de três projectos musicais e de ter o seu próprio negócio de encadernações personalizadas, o Ex Sapientia.
As encadernações surgiram quase por acaso, pois o irmão inscreveu-se num curso de encadernação e não podendo ir foi o António no lugar dele.
Depois ganhou-lhe o gosto, e junto com a sua curiosidade, tem evoluído e criado cadernos cada vez mais ricos e complexos.
A evolução e aprendizagem também se tem feito através de outros artesãos que vão partilhando as suas técnicas, e que com esta partilha todos ganham das experiências uns dos outros.
A música embora uma paixão, acaba por ser um escape, algo que o António organizou como uma rotina ao fim do dia, uma forma de contacto com os outros e o libertar de mais criatividade.
Vi na força de vontade do António fazer muitas coisas, algo inspirador, mas que ao mesmo tempo vejo-o como fazendo parte da juventude, em que o roubar algumas horas ao sono e ao descanso não causam grande mossa, algo que em mim já faz estragos, pois as noites reduzidas hipotecam a minha capacidade de ter uma mente clara capaz de dar o seu melhor.

Monday Sep 01, 2014
episódio 41 Pedro Falcão
Monday Sep 01, 2014
Monday Sep 01, 2014
O convidado desta semana é o Pedro Falcão, ele é designer, muito ligado ao design de livros, catálogos para exposições, e acima de tudo um criativo muito acessível.
O percurso do Pedro não foi muito linear, no sentido de saber desde pequeno aquilo que queria ser, teve várias experiências formativas, acabando por ingressar num bacharelato de pintura, que não terminou para ingressar no mundo do trabalho e ajudar o seu amigo Mário Feliciano a criar o design da primeira revista de surf em Portugal, a Surf Portugal.
Outra arte que o acompanhou também, foi a música, tendo feito parte de duas bandas, os Red Beans e os Tina and the Top Ten, esta última uma banda que eu conhecia, e que teve algum sucesso nos anos 90.
O Pedro refere algo neste percurso não determinado à partida, e não linear, que me pareceu bastante interessante, quase como uma metodologia, o irmos tentando várias coisas, e quando os resultados vão aparecendo, vamos ganhando a confiança de poder ser por ali.
É importante sabermos com o que é que nos identificamos, e assim ter uma segurança de perceber o que é que realmente queremos.
O livro como objecto é algo que o Pedro considera importante, e não acha que o livro digital seja substituto, pois o manusear do livro físico não tem comparação com o manusear de um dispositivo electrónico que contem bits e bytes.
O surf também faz parte da vida do Pedro, e recentemente ele decidiu criar uma marca de pranchas para surfistas que não tenham própriamente pretensões competitivas.
Quando eu preparava o episódio, e re-ouvia a nossa conversa, houve uma coisa que me ficou gravada, o querer que o seu trabalho se pareça com ele. Não tenho qualquer tipo de dúvida que dessa forma a originalidade e autenticidade do trabalho estão garantidas, pois só há um exemplar de cada um de nós.

Monday Aug 25, 2014
episódio 40 Rita Martins
Monday Aug 25, 2014
Monday Aug 25, 2014
A convidada desta semana é a Rita Martins, uma empreendedora criativa, que criou o seu próprio negócio a partir do nada, a não ser o apoio dos seus familiares, um espaço vazio, e força de vontade.
Eu conheço a Rita há muitos anos, ela é prima de duas grandes amigas minhas, e quando lhe disse que gostava de a entrevistar ela ficou surpreendida,
“Mas eu vou falar de quê?”
e eu expliquei-lhe que ela se enquadrava bastante bem nos exemplos que passam pelo Falar Criativo, de pessoas que transformam as ideias em algo de valor.
Fui ter com ela ao Cercal do Alentejo, à loja dela, depois de ter almoçado com o Diogo Vilhena em Sines.
Uma vez que é uma área que gosto, e até já estive ligado através de bordados em camisola, quis perceber de que maneira a Rita conseguiu por o negócio a funcionar, pois no meu caso a coisa falhou.
A maneira sustentada que a Rita criou e desenvolveu o negócio foi uma das coisas que mais me agradou, ela não investiu dinheiro que não tinha (como muitos fazem e ficam endividados até ao resto dos seus dias), e mesmo assim tem uma fonte de rendmento que lhe dá para viver.
A parte menos afinada é o equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho, neste caso o trabalho também é um projecto pessoal que rouba muitas horas ao tempo que a Rita estaria com a família ou a descansar , mas segundo ela é algo que no início de um negócio é necessário. As mudanças parecem estar a caminho, a Rita já percebeu que para estar no seu melhor precisa de descansar e de ter tempo de qualidade com aqueles que lhe são mais próximos.
Foi uma escolha que a Rita fez até aqui, de investir tantas horas no seu projecto, mas como tudo na vida, existe crescimento e mudança, e ela sente que nesta fase já tem a capacidade de reequilibrar as coisas.
Grande exemplo de que o mais importante é o querer fazer e ter o apoio daqueles que gostamos e gostam de nós.
A convidada desta semana é a Rita Martins, uma empreendedora criativa, que criou o seu próprio negócio a partir do nada, a não ser o apoio dos seus familiares, um espaço vazio, e força de vontade.
Eu conheço a Rita há muitos anos, ela é prima de duas grandes amigas minhas, e quando lhe disse que a gostava de entrevistar ela ficou surpreendida,
“Mas eu vou falar de quê?”
e eu expliquei-lhe que ela se enquadrava bastante bem nos exemplos que passam pelo Falar Criativo, de pessoas que transformam as ideias em algo de valor.
Fui ter com ela ao Cercal do Alentejo, à loja dela, depois de ter almoçado com o Diogo Vilhena em Sines.
Uma vez que é uma área que gosto, e até já estive ligado através de bordados em camisola, quis perceber de que maneira a Rita conseguiu por o negócio a funcionar, pois no meu caso a coisa falhou.
A maneira sustentada que a Rita criou e desenvolveu o negócio foi uma das coisas que mais me agradou, ela não investiu dinheiro que não tinha (como muitos fazem e ficam endividados até ao resto dos seus dias), e mesmo assim tem uma fonte de rendmento que lhe dá para viver.
A parte menos afinada é o equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho, neste caso o trabalho também é um projecto pessoal que rouba muitas horas ao tempo que a Rita estaria com a família ou a descansar , mas segundo ela é algo que no início de um negócio é necessário. As mudanças parecem estar a caminho, a Rita já percebeu que para estar no seu melhor precisa de descansar e de ter tempo de qualidade com aqueles que lhe são mais próximos.
Foi uma escolha que a Rita fez até aqui, de investir tantas horas no seu projecto, mas como tudo na vida, existe crescimento e mudança, e ela sente que nesta fase já tem a capacidade de reequilibrar as coisas.
Grande exemplo de que o mais importante é o querer fazer e ter o apoio daqueles que gostamos e gostam de nós.

Monday Aug 18, 2014
episodio 39 Diogo Vilhena
Monday Aug 18, 2014
Monday Aug 18, 2014
O convidado desta semana é o Diogo Vilhena, realizador ligado ao documentário, ou como ele próprio diz, arqueólogo da memória.
Nasceu em Vila Nova de Milfontes, onde cedo teve contacto com o cinema, quer por ter trabalhado no cinema Girassól, quer pelo facto de quando era criança ter sido rodado lá a maior produção de Hollywood em Portugal, a “Casa dos Espíritos”, algo que lhe deu acesso a conhecer os bastidores e todo um lado menos vísivel de como se faz cinema.
Também enquanto jovem criou uma base de dados, uma compliação dos sons da sua terra, recolhidos com um gravador que o acompanhava no dia-a-dia.
O património que temos ao nível das histórias, das vivências e costumes, é algo que interessa bastante ao Diogo, aquilo que nos faz “um povo” é mais do que um hino ou uma bandeira, é uma partilha das mesmas experiências, ou similares, como habitantes neste território rodeado de mar e Espanha.
O Diogo vive em Sines, onde me encontrei com ele, onde lhe é fácil usar o seu meio de transporte preferido, a bicicleta, um hábito que ele refere como sendo algo que o ajuda a pensar.
Considera a criatividade a sua ferramenta de trabalho, pois os meios técnicos, são isso mesmo, meio, e o que interessa é a maneira como se faz, a mestria que se tem, e a dedicação que se tem para com o objecto de estudo.
O Diogo é uma pessoa que aparenta muita calma, uma pessoa que gosta de ouvir as histórias que os mais velhos têm para contar, histórias que fazem a História de Portugal, pois não são só os grandes feitos que constroem a nossa identidade.
A atenção é outra ferramenta que ele usa, e por essa razão a treina, abstendo-se de estimúlos em excesso, pois quando vai entrevistar estas pessoas, necessita de ir de mente vazia, disponível para ouvir, sem influenciar, sem julgar, fazendo assim um registo o mais fiel possível.
Houve uma frase que o Diogo referiu, que ele usa como referência e que vou guardar para me ajudar em certos momentos de dificuldade que encontro por falta de meios:
-“Quando não tens material tens de usar o teu potencial.”

Sunday Aug 10, 2014
episódio 38 Ricardo Fonseca
Sunday Aug 10, 2014
Sunday Aug 10, 2014
O convidado desta semana é o Ricardo Fonseca, enfermeiro e escritor, tendo já publicado vários livros.
O Ricardo é seguidor do Falar Criativo, e em tempos entrou em contacto comigo e partilhou aquilo que faz.
A oportunidade de conversarmos surgiu, pois com esta época de férias, percorri a lista de possíveis convidados e poucos foram os que estavam disponíveis, mas o Ricardo, de forma muito simpática acedeu com apenas um dia de antecedência. Algo que lhe fico muito agradecido.
Na entrevista exploramos o gerir de uma profissão e uma paixão que consome bastante tempo, entre o escrever de livros e os workshops de escrita do autoconhecimento, e como é tudo uma questão de prioridades, se há algo que realmente queremos fazer temos de dizer não aquilo que simplesmente podemos ou não fazer. Sei por experiência própria que é muito fácil dizer que sim a certas coisas só porque é isso que esperam de nós, ou naquele dia parece mais fácil, mas acabamos por nos afastar demasiado da rota que havíamos traçado. Não que seja mau deambular e investigar outras coisas, mas se dizemos que o nosso maior sonho é ser jogador de póquer, passar os dias a cozinhar de certeza que não nos leva à mesa de póquer.
A escrita como ferramenta para o autoconhecimento, do que de deu a perceber pela nossa conversa, é uma ferramenta muito útil, pois liberta-nos do jogo interminável dos diálogos internos, colocando o papel e a caneta pelo meio, permitindo assim ter quase uma perspectiva externa à situação, sendo mais honestos connosco próprios e talvez até menos críticos.
Aquilo que retive como a cereja no topo do bolo, foi uma reflexão que o Ricardo partilha no final, "termos a capacidade de bater palmas a nós próprios."

Monday Aug 04, 2014
episódio 37 João Gomes
Monday Aug 04, 2014
Monday Aug 04, 2014
O convidado desta semana é o João Gomes, alquimista da terra, artista plástico que trabalha com barro.
O João aos trinta anos decidiu largar o emprego que tinha e dedicar-se à cerâmica, já conhecia o material, e gosta da tridimensionalidade que a escultura tem, então arriscou.
Na altura em que ele o fez, segundo ele, as coisas eram mais fáceis do que são agora, quase todas as peças que fazia se vendiam, o cenário mudou e comercializar tornou-se mais difícil.
Uma coisa que falámos foi a dificuldade que muitos criativos/artistas têm em vender aquilo que fazem, quase um sentimento de vergonha em trocar dinheiro pelas suas obras.
O João até comentou comigo que muito mais facilmente consegue vender as peças de outros artistas do que as suas.
A cerâmica como forma de expressão artística mais pura, segundo o João, é algo que a nossa cultura não está muito habituada, ele sente que o facto de não haver muita divulgação faz com que o público, ao ser menos culto e exposto a esta vertente da cerâmica, tenha mais dificuldade em aderir, apreciar e comprar.
O João tem uma loja digital onde vende os seus trabalhos, mas o seu mercado principal é o estrangeiro, que comprova aquilo que ele sente, de a falta de aculturação "ceramista" ser um obstáculo ao entendimento do seu trabalho, algo que no estrangeiro não se verifica, sobretudo centro e norte da Europa.
O João descreve que o ir para o atelier, trabalhar nas suas peças é algo que o absorve totalmente, que o faz perder a noção do tempo, mas ele também já percebeu que o forçar as coisas criativamente não funciona, é preciso deixar fluir, não significando isso que devemos sentar-nos à espera que as coisas aconteçam.

Monday Jul 28, 2014
episódio 36 Thomas Anahory
Monday Jul 28, 2014
Monday Jul 28, 2014
O convidado desta semana é o Thomas Anahory, músico que já conta com dois álbuns editados.O Thomas entrou em contacto comigo porque ouviu uma entrevista do Falar Criativo. e perguntou-me se eu poderia divulgar o trabalho dele no blog.
Eu fui ao site dele e depois de ler que practicava bodyboard para descontrair (eu também já fui desses), e ver que desde a juventude a música fazia parte da sua vida, fiquei curioso de falar com ele.
Fui ter a casa dele, e desde logo me senti à vontade, pois a sua alegria e simpatia são contagiantes.
A conversa centrou-se como seria de esperar na música, no percurso do Thomas desde a sua banda no liceu os "Go!" até ao seu projecto actual a solo.
O Thomas trabalha como Sound Designer, ou seja o seu trabalho tem a ver com produção musical, ele trabalha sobre a música de outros interpretes, e tem também a necessidade criativa de partilhar com os outros aquilo que se vai passando na sua vida.
O primeiro álbum, o "So much of me" é como o próprio nome diz um disco muito pessoal, quase autobiográfico, e senti na nossa conversa que a escrita de canções é a forma que o Thomas tem de se exprimir.
O segundo álbum "Thank your lucky stars", tem uma história de força e coragem envolvida no seu processo criativo, uma vez que o Thomas escreveu o album na convalescência de um transplante renal, onde a ausência das "distracções" normais de quem vai na corrente do esquema/trabalho, permite que a energia criativa se foque e gere resultados mais rápidos.
A história do Thomas é inspiradora e mostra que quando realmente temos de criar algo, o obstáculo é o caminho.

Monday Jul 21, 2014
episódio 35 André Leonardo
Monday Jul 21, 2014
Monday Jul 21, 2014
O convidado desta semana é o André Leonardo, um jovem aventureiro que decidiu dar a volta ao mundo para conhecer casos de empreendedorismo com realidades sociais, económicas e culturais diferentes para no fim transformar num livro, ao mesmo tempo que vai partilhando as histórias que encontra no seu blog .
O André muito cedo resolveu os seus problemas encontrando soluções criativas para os mesmos, desde vender flores do quintal dos seus pais para comprar pastilhas, até organizar conferências com pensadores nacionais e estrangeiros quando já era estudante universitário.
Algo que me impressionou no André foi a capacidade que tem de ver os obstáculos apenas como parte do caminho e não o fim do caminho que traçou. Entende as falhas, as recusas, como hipóteses de melhorar o "produto" que oferece, transformando as coisas negativas em modos positivos de fazer melhor.
O André tem por outro lado uma componente social muito importante pois adiciona valor àquilo que toca, ajudando a sua comunidade, seja ela a física na sua terra natal os Açores, seja em Portugal, como também a comunidade virtual de seguidores que pelo mundo fora, sendo um exemplo de alguém que não baixa os braços apesar das dificuldades.
O André não é nenhum super-herói, é sim alguém que entende que pode fazer mais do que aquilo que normalmente permitimos a nós próprios.
Ele não consegue voar, nem é mais rápido que uma locomotiva, mas consegue dar a volta ao mundo à procura de exemplos que motivam os outros a também fazer, e mostrar que, como ele diz, "O difícil é diferente do impossível".

Sunday Jul 13, 2014
episódio 34 Sandro William Junqueira
Sunday Jul 13, 2014
Sunday Jul 13, 2014
O convidado desta semana é o Sandro William Junqueira, escritor, que recentemente publicou um livro, o “No Céu Não Há Limões”. Tomei contacto com o Sandro e o livro através de um anterior convidado, o Vasco Durão, ao referir que iria haver uma sessão de autógrafos na Feira do Livro de Lisboa.
Peguei na família e e lá fomos nós passear.
Comprei o livro e dirigi-me ao Sandro para o dito autógrafo, mas também já com ela fisgada de o convidar a passar no Falar Criativo. Disse logo que sim, mas que vivia em Portimão, e aí volta o Skype a entrar em acção. Com a ajuda do filho do Sandro, o Guilherme, que emprestou o computador ao pai, conseguimos estabelecer contacto.
Quando a nossa conversa começou senti alguma reserva nas respostas, não que não estivesse a responder ao que lhe perguntava, mas sentia um certo tatear de território desconhecido, um “vamos lá ver o que vai ser esta entrevista”. Normalmente este tatear dos convidados é feito pessoalmente, antes do gravador estar ligado, mas no Skype perde-se essa ambientação.
Á medida que a conversa começou a fluir, e o Sandro estava mais à vontade, a intensidade do que era dito, e como era dito, aumentou.
Acabei esta semana de ler o livro, e daquilo que fiquei a conhecer do Sandro, os livros têm muito a ver com o processo dele, é um processo de verdade, de respeito pelo livro e pela escrita.
Foi o primeiro escritor que entrevistei e acho que tive muita sorte com a estreia, pois confirmou de alguma forma ideias que eu tinha sobre a importância do fluxo do subconsciente na construção das narrativas, de mundos, ou como o Sandro diz, de um território ficcional que ele está a construir com os seus livros.
O Sandro relata que a escrita para ele é algo muito intenso, até físicamente, que quando acaba um livro fica esgotado, exausto mesmo.
Isto serve de exemplo a que quando fazemos algo que tem tanto de nós, só pode correr bem. Todos temos algo de único para dizer, e muitas vezes o facto de não nos entregarmos de corpo e alma, ao tentarmos racionalizar o que fazemos, ao não colocarmos aquilo que realmente somos naquilo que fazemos, acabamos por ficar aquém do que é realmente de valor.
Este último livro levou quatro anos a escrever, pode parecer muito tempo, mas ao lermos o livro, as emoções, o espanto que temos, mostram o cuidado e a entrega que o Sandro põe na escrita e na revisão que faz da sua escrita.
Quem tiver algo para dizer, seja na escrita ou não, que comece hoje, com verdade e intensidade, e daqui a quatro anos terá algo de valor concerteza, mesmo que seja uma página, um risco, uma nota de música por dia, vai valer a pena.
Tal como o Filipe Melo, o Sandro reforça a ideia que é o processo, o gosto pelo processo que faz com que as dificuldades sejam ultrapassadas, pois se nos focarmos só no resultado vamos estar logo à partida condicionados por coisas que não controlamos, como por exemplo, a opinião dos outros.
Adorei conversar com o Sandro, e apesar de ter tido participação na conversa, já a re-ouvi várias vezes, e de todas elas me emocionei, e espero que a vocês também.
Encontrei esta frase num livro que estou a ler, e assenta que nem uma luva ao Sandro.
“...é uma das maiores proezas dos grandes escritores: desenhar personagens sem esconder os seus defeitos e, ainda assim, deixar que a sua humanidade se revele.” Carlo Strenger

Sunday Jul 06, 2014
episódio 33 António Pacheco
Sunday Jul 06, 2014
Sunday Jul 06, 2014
O convidado desta semana é o António Pacheco, responsável da Editora Self – Desenvolvimento Pessoal.
Estou a ler um livro editado pela Self, o $tartup do Chris Guillebeau, e quando vi o nome da editora chamou-me à atenção o “desenvolvimento pessoal”, fui investigar outros títulos editados e fiquei curioso, e decidi falar com alguém da editora, pois o desenvolvimento pessoal é algo que considero importante.
Abordámos o tema das escolhas que fazemos, que somos livres de escolhar, mas que somos responsáveis por aquilo que escolhemos.
É algo que lutei muito e que ainda luto por vezes, que é o facto de me ver em situações que não estão alinhadas com o que realmente quero para a minha vida, por fazer escolher um caminho aparentemente mais fácil, e depois não querer responsabilizar-me por aquilo que escolhi.
Posso escolher não querer ter um trabalho das nove às seis, tal como o nosso convidado nunca gostou, mas isso tem implicações pelas quais eu sou responsável, mas dizer que não tenho escolha é que não é verdade.
O António desde cedo percebeu que queria ter o seu negócio, e muito jovem tentou perceber como fazê-lo. Seguiu gestão de empresas, mas sempre com a ideia de criar os seus negócios e ser dono do seu tempo.
Além da Self, quase por brincadeira, o António começou outro negócio, o Lisbon Boat Tour, aproveitando algo que já tinha, um barco, respondendo a uma lacuna do mercado criou um negócio fazendo algo que gosta.
O António refere relativamente a esta questão, que muitas vezes achamos que temos de ter um grande investimento, ou não temos as qualificações necessárias, quando na verdade, podemos tornar um hobby numa fonte de rendimento.
Falámos que todas as pessoas, ou quase todas as pessoas têm ideias, mas que falham na hora da implementação, e o António refere como costuma fazer e que todos o podemos fazer também.
Claro que o assunto dos livros também foi abordado, e fiquei a saber o dilema que o mundo livreiro passa neste momento, o facto de terem de co-existir os livros digitais e o livro físico, pois o número de livros físicos díminui, fazendo com que o custo por unidade tenha de aumentar.
Gostei muito da conversa, os livros são uma das minhas grandes paixões, e se a isso se juntam as ideias, tenho o dia feito.
Não nos podemos esquecer: Somos livres de escolher, mas somos responsáveis por aquilo que escolhemos.