Episodes

Sunday Jun 29, 2014
episódio 32 Inês Cruz
Sunday Jun 29, 2014
Sunday Jun 29, 2014
A convidada desta semana é a Inês Cruz, que teve uma necessidade e a partir dessa necessidade teve uma ideia, a ideia de responder à necessidade que também outros sentiam.
A Inês tem um pequeno negócio que produz uns sacos de pano que servem para guardar e transportar o que se quiser colocar lá dentro, os sacos NOAH.
Quando viveu na Costa Rica com o marido João e o filho Noah (daí o nome dos sacos), tomou contacto com uns sacos que os surfistas usavam para transportar os fatos, e realizou que aqueles sacos eram óptimos para transportar os brinquedos dos seu filho.
No regresso a Portugal, questionou-se se alguém já fazia os sacos nos nosso país, e não, ninguém os fazia. A oportunidade estava lá, meteu mãos à obra e começou ela a produzir e a comercializar os sacos através da sua página no facebook.
Com as vantagens da internet, dois blogues, o Stylista e o Blog da Carlota, fizeram referência aos sacos Noah e em pouco tempo, até na SIC os sacos apareceram.
Eu por exemplo encontrei uma pequena notícia no suplemento Tentações da revista Sábado, e depois contactei a Inês que gentilmente acedeu a fazer a entrevista, e me recebeu no restaurante que gere com o marido, o Restaurante Equador.
Esta é outra das partes interessantes da conversa, pois os sacos são um extra, algo que a Inês faz antes e após o trabalho no restaurante, e tomar conta do filho. Não significa que seja uma viciada em trabalho, pelo contrário é uma pessoa que dá prioridade ao filho e às relações com os que lhe são queridos, mostrando que não é preciso deixar o trabalho que paga as contas para se conseguir transformar uma ideia em algo de valor.
Outra coisa interessante, e com a qual me identifiquei bastante foi com a visão que a Inês tem relativamente oas bens materiais, uma vez que dá prioridade ao tempo com o filho, amigos e família, em vez de não ter tempo e ter um carro do último modelo.
Posso dizer nos contactos que tive com a Inês, ela sempre se revelou uma pessoa alegre e positiva, que tal como eu coloca as pessoas e as experiências à frente dos bens materiais.
Não precisamos de muito, precisamos é de fazer alguma coisa.

Monday Jun 23, 2014
episódio 31 David Oliveira
Monday Jun 23, 2014
Monday Jun 23, 2014
O convidado desta semana é o David Oliveira, ele é escultor, e tomei contacto com o seu trabalho através do meu amigo e anterior convidado Rui Viana, que me mostrou umas fotografias de alguns trabalhos do David. Fiquei absolutamente fascinado com a nobreza que o “simples” arame ganha, quando o David pega nele e desenha no espaço.
Procurei o contacto no mesmo instante em que vi as fotografias, e no mesmo dia o David concordou em conversar comigo na minha casa.
Mesmo antes de pôr o gravador a funcionar e começar a entrevista, estivemos um bocado à conversa, sobre desenho, a arte, a sociedade, o fazer o que se gosta, e a conversa continuou por mais uma hora depois de carregar no botão de stop do gravador.
Daquilo que me deu para conhcer do David na manhã que passei com ele, as suas esculturas têm muito a ver com o que ele é, uma força tranquila, uma leveza no trato, e uma complexidade transparente à qual não conseguimos ser indiferentes.
O nosso convidado também teve da parte dos pais aquela conversa que muitos de nós ouvimos dos nossos, sobre seguir uma carreira artística mas apenas como “hobby”, arranjar um trabalho das 9 às 5, e no tempo livre ser artista. Porém no caso do David isso não o impediu de tentar viver como artista, e como ele diz, considera sim a hipótese inversa, ter um emprego como “hobby”.
Gostei muito de conhecer o David, de ver que quando se faz aquilo que se gosta, se assume uma determinada escolha feita, as coisas acabam por acontecer, pode não ser fácil, mas o caminho alternativo, embora o possa parecer, não será mais fácil, pois viver todos os dias a fazer algo de que não se gosta para poder ter um telemóvel de última geração, não é, na minha opinão, fácil.
Falámos de muitas coisas, mas as coisas que mais retive da nossa conversa, foi uma serenidade que o David transmite ao falar das suas escolhas, dos seus hábitos, e também o facto de ele dizer que fala consigo próprio na terceira pessoa, que se chama à razão, algo que também faço, que todos deveríamos fazer, mas deveríamos falar connosco próprios como gostaríamos que os outros nos falassem.

Monday Jun 16, 2014
episódio 30 Bruno Pernadas
Monday Jun 16, 2014
Monday Jun 16, 2014
O convidado desta semana é o Bruno Pernadas, um músico que em Março de 2014 editou um albúm a solo com um título que eu achei muito interessante, “How can we be joyful in a world full of knowledge”, e daí surgiu a minha curiosidade em perceber de que forma isso se reflectia na sua forma de pensar.
Pelo que percebi durante a nossa conversa, interessa mais ao Bruno a pergunta que ter resposta para a mesma. Por essa razão fui com uma ideia feita sobre qual o caminho que achei que a conversa poderia tomar, e serviu-me de lição pois, as ideias feitas, são sempre um mau caminho, e dei por mim a improvisar um bocado.
Falámos de viver da música, mas de uma forma “composta”, que eu nunca tinha pensado, pois a música tem várias vertentes, o ensino, a intrepretação, a composição, etc., e é possível “viver da música”, sem ser só vender discos e dar concertos.
O Bruno divide-se em vários projectos, o que demonstra uma vontade de seguir uma via que decidiu cedo, aos 13 anos, que era algo que iria fazer para o resto da vida.
Para um músico de jazz provavelmente será mais difícil do que para um músico pop ou pop-rock, mas não lhe passa pela cabeça fazer cedências nesse sentido para poder ter uma vida mais fácil.
O Bruno parece-me um músico seguro que tem ideias claras relativamente àquilo que quer para si e para a sua música.
A música dele é muito rica, como se pode ouvir neste video.

Monday Jun 09, 2014
episódio 29 Pedro Albuquerque
Monday Jun 09, 2014
Monday Jun 09, 2014
O convidado desta semana é o Pedro Albuquerque, designer, que me me foi sugerido por um membro da comunidade falar criativo, o Rafael Martins, e ainda bem que o fez pois foi um enorme prazer conhecer e falar com o Pedro.
A conversa foi fácil, o Pedro gosta de conversar e tem coisas para dizer. Falámos de uma questão que tenho muito interesse, a questão das marcas, das pessoas como marcas, também abordámos o tema da marca Portugal e de algumas ideias que o Pedro tem sobre isso.
Dentro de este assunto o Pedro partilhou algo que ele já percebeu e que eu achei bastante interessante, que é o facto de as marcas serem compostas por pessoas que elas próprias são marcas com características próprias, e que mudar uma marca é algo muito difícil se as marcas/pessoas que a constituem não se identificarem com o que algum estratega possa ter pensado para a imagem da marca.
O BOOX é um produto desenvolvido pelo Pedro, e que é na minha opinião genialmente simples e simplesmente genial, uma peça que permite que livros e revistas deixem de ser apenas lombadas numa estante, e se abram e revelem o que de belo têm dentro.
Neste aspecto dos produtos, o Pedro disse algo que retive e que sei que vou passar a pensar dessa maneira quando surgir a oportunidade de desenvolver algum produto, que é o facto de que o mais importante são as experiências, que o design deve ser acima de tudo o desenhar de uma experiência, e daí sim criar uma peça que nos permita vivê-la.
A conversa foi longa, mas nem demos pelo tempo passar pelo extremo interesse que tem aquilo que o Pedro partilhou.
Aconselho vivamente a visita ao site do Pedro, pois está cheio de informação interessante e que nos põem a pensar.

Sunday Jun 01, 2014
episódio 28 Rui Amador
Sunday Jun 01, 2014
Sunday Jun 01, 2014
O convidado desta semana é o Rui Amador um amante das bicicletas que acredita que as duas rodas a pedal são um meio de transporte cheio de vantagens para as pessoas e para as cidades.
O Rui é uma das pessoas por trás da empresa Biciway, uma empresa portuguesa que desenvolve soluções de mobiliário urbano específico para bicicletas, tendo o seu produto Urbanfix ganho alguns prémios.
As grandes batalhas que uma empresa que está a começar e que quer inovar tem de travar, são a resistência à mudança, o comodismo de se manter as coisas como estão, e por outro lado o Estado que coloca dificuldades à produção de valor, em vez de ser uma alavanca para gerar ainda mais valor para as empresas e como consequência, para o próprio Estado.
Conheço o Rui há mais de vinte anos, e quando fui conhecer um projecto onde ele agora está envolvido, o Velocité Caffé, disse-lhe, "tu davas um bom entrevistado para o meu podcast", ele concordou e acabou por ser uma conversa entre amigos.
O Velocité Caffé é um projecto engraçado onde se une um café e uma loja e oficina de bicicletas, um sítio muito agradável para se estar, onde a bicicleta é rainha.
Nesta conversa aprendi várias coisas, uma delas é a de que temos de ser nós a fazer as coisas, que ganhar prémios não é garante de apoios, que as mentalidades mudam devagar, mas que isso não pode ser impeditivo de acreditar e fazer para que as nossas ideias se tornem realidade.

Sunday May 25, 2014
episódio 27 José Alves da Silva
Sunday May 25, 2014
Sunday May 25, 2014
O convidado desta semana é o José Alves da Silva, ele é artista 3D, entre outras coisas cria personagens digitais, é uma pessoa bastante acessível, e uma referência mundial no meio do 3D.
A conversa teve lugar no escritório de um outro convidado do falar criativo, o António Castanheira, que gentilmente cedeu o espaço para a entrevista, uma vez que a Nebula-Studios, a empresa onde o José trabalha às segundas, quartas e sextas, é mesmo ao lado da empresa do António. O José que é freelancer, arranjou um equilíbrio entre os dias que passa sozinho em casa, e estes dias em que se junta aos seus amigos da Nebula Studios.
O José , embora tenha tirado o curso de arquitectura, é mais um autodidacta, pois quando lhe surgiu o interesse pelo 3D não havia formação cá em Portugal que respondesse à sua necessidade, daí ele ter de pegar nos manuais do software e estudá-los a fundo.
Ele refere algo importante relativamente a esta questão do software, que existem jovens hoje em dia que se focam mais neste do que nos princípios básicos da arte, quer dizer a representação digital replica ou parte da realidade, assim sendo é fundamental saber anatomia, composição, teoria da cor, teoria da luz, e todas as capacidades que um artista não digital tem de dominar, pois como o José diz, o software está sempre a mudar, enquanto que os primcípios estão cá há milheres de anos.
O José esteve, e está, envolvido num festival de animação e efeitos especiais virtuais (Animation & VFX), o “Trojan Horse was an Unicorn”, que teve a sua primeira edição no ano de 2013, e se tornou logo num dos mais importantes festivais a nível mundial nesta área.
Encontrei um video que mostra o excelente ambiente que se viveu no festival, e que concerteza só vai melhorar este ano.
O José disse algo relativamente aos criadores deste festival, que ele também sentiu quando criou a sua empresa, que foi: “A audácia de quem não sabe no que se está a meter.” Retive isto na minha cabeça, e se calhar por vezes temos de ter esta ignorância audaz, saltar, e acreditar que vale a pena.
- Site do José.
- Festival "Trojan Horse was an Unicorn".
- Video da edição de 2013 do Festival. "É um festival para os destemidos. Os apaixonados. Os inquietos. Os sedentos de conhecimento.É o talento a divertir-se. Uma oportunidade de criar ligações com os melhores. Bem-Vindos."

Monday May 19, 2014
episódio 26 Susana Romana
Monday May 19, 2014
Monday May 19, 2014
A convidada desta semana é a Susana Romana, guionista nas Produções Fictícias, autora do excelente livro, "Escrever para Comédia, Um Guia Prático para Arruinar (ou Salvar) Vidas", e além disso tudo ainda dá aulas de escrita para comédia.
Eu sempre fui um "engraçadinho" e quando soube que tinha sido lançado um livro em português como escrever para comédia decidi investigar e cheguei à Susana.
Fiquei a saber que iria haver uma apresentação do livro na FNAC do Colombo com a presença da autora, disse para mim mesmo "vou lá a ver a consigo convencer a passar pelo podcast".
O Carlos Moura fez uma apresentação bastante interessante e reflectida, a Susana Romana falou do livro e seguiu-se a sessão de perguntas respostas, que eu como melga que sou fiz questão de iniciar. Gostei das respostas que fui obtendo e quando se passou para a sessão de autógrafos perguntei-lhe da sua disponibilidade . Disse logo que sim, e após algumas tentativas falhadas de encontro de agendas, lá conseguimos ter a nossa conversa, desta vez no Amoreiras Plaza numa altura em que houve um ataque de barulho perpetrado por um senhor com um berbequim e uma senhora com uma enceradora. Uma pequena nota, depois de vários desencontros de agenda, foi a Susana que retomou o contacto para agendarmos a nossa conversa, o que mostra a sua generosidade, pois com uma agenda tão preenchida podia ter-se borrifado num podcast que não tem tanta notoriedade como isso.
Foi uma conversa fácil, a Susana fala fluentemente dos seus processos, uma vez que a práctica que tem ao ensinar aos outros como escrever, obrigou-a a reflectir nesses mesmos processos.
Aconselho o livro, e aviso já que é um livro que se for bem usado, dá resultado, também dá trabalho pois tem montes de exercícios prácticos, mas que vale bem a pena fazer.
O subtítulo do livro "Um guia práctico para arruinar (ou salvar) vidas" faz todo o sentido, pois através do humor poderemos salvar a nossa vida aprendendo a rir de nós próprios e daquilo que nos acontece, mas também pode arruinar se somente rirmos dos outros e daquilo que lhes acontece.
Retive muitas coisas da conversa que tivemos. A primeira é que mais importante que escrever é reescrever, a segunda é que no humor a atenção ao detalhe é fundamental e a terceira é que no humor não há fórmulas daí ser tão poderoso e interessante.

Monday May 12, 2014
episódio 25 Nuno Moreira
Monday May 12, 2014
Monday May 12, 2014
O convidado desta semana é o Nuno Moreira, designer e fotógrafo a viver no Japão, que recentemente editou um fotolivro intitulado "State of Mind".
O Nuno entrou em contacto comigo a dizer-me que um amigo em Portugal lhe tinha falado do podcast, e se eu o ajudava a promover o livro. Disse-lhe logo que sim, e perguntei-lhe se estaria disponível para ser entrevistado via Skype, uma estreia para mim.
O processo do Nuno fotografar e deixar na máquina e só ver depois foi algo que me agradou, e que faz todo o sentido, pois deixamos o lado crítico desligado e permitimos que o lado criativo tenha mais liberdade.
Para o Nuno começar o dia por ler é algo que lhe dá algum descanso, pois considera que aqueles quinze a vinte minutos dão-lhe energia para continuar com o dia, sabendo que já fez uma coisa que lhe dá gozo e material para trabalhar.
Os processos manuais são algo que considera cada vez mais importante, pela singularidade que isso traz aos trabalhos, uma vez que as ferramentas digitais tendem criar tendências, e a uniformizar.
A gestão da imagem, a responsabilidade que os artistas têm na divulgação dos seus trabalhos, e na auto-promoção, é agora fundamental, mas também mais fácil com as vantagens da globalidade.
Sites do Nuno.
- Fotografia http://nmphotos.org
- Design http://nmdesign.org
- Capas de livros http://bookcovers-design.com
- Fotomontagem http://cargocollective.com/nunomoreiradesign
O Nuno vai oferecer um exemplar do seu livro "State of Mind", para ganhar têm de tirar uma fotografia inspirada no livro e partilhá-la na página do Falar Criativo, a foto com mais "likes" ganha o livro.

Monday May 05, 2014
episódio 24 Nuno Paulino
Monday May 05, 2014
Monday May 05, 2014
O convidado desta semana é o Nuno Paulino, ele faz canas de pesca costumizadas, e é nesta área uma das referências mundiais. As suas canas já foram capa da maior revista da especialidade, a RodMaker por seis vezes.
Fui ter com ele à sua loja e oficina em Setúbal, e não percebendo eu nada de pesca, quis sim perceber a sua mestria, o gosto que tem naquilo que faz.
Uma das coisas que percebi foi que embora não visível para o grande público, nós temos em Portugal valor para sermos considerados melhores do mundo em várias área, no entanto percebi também que a maior parte dos artistas e artesãos que temos, falham muito na auto-promoção.
Seria de esperar que um "melhor do mundo" vivesse facilmente desse seu grau de mestria, o que na verdade acontece é que o Nuno não consegue viver somente da costumização das canas. Como diz o artigo do Rodrigo Leitão, "Sair da Crise de Valor", temos de parar de nos vendermos como marca branca, só assim conseguiremos sair da crise.
O Nuno chegou a ser treinado pelo José Mourinho no Vitória de Setúbal, algo que refere com orgulho, e uma vez que ele é o "special one" na costumização de canas de pesca, acho justo considerá-lo o "Mourinho das Canas de Pesca"!
Algo que o Nuno tem, e não são muitas pessoas a ter, é um gosto tão grande por aquilo que faz, que anseia todos os dias regressar às suas canas, ganhando menos financeiramente mas adorando todos os minutos do seu trabalho.
E sobre os portugueses fica isto da nossa conversa: "É da nossa natureza adaptarmo-nos às situações e sermos bons naquilo que fazemos."
- O site do Nuno, aqui.

Monday Apr 28, 2014
episódio 23 Vasco Durão
Monday Apr 28, 2014
Monday Apr 28, 2014
O convidado desta semana é o Vasco Durão, estratega de comunicação, algo que ele explica, pelo menos a opinião dele sobre o que isso é.
Eu entrei em contacto com o Vasco, pois dei com os olhos no trailer do livro dele, o "Não Faço Ideia", um livro "sobre como fazer a diferença no mundo da comunicação". Eu li o livro e gostei muito, e como disse ao Vasco é daqueles livros que eu sei que vou voltar.
O Vasco recentemente teve de criativamente mudar a sua maneira de trabalhar, pois passou a trabalhar de forma independente sem o conforto de um ordenado ao fim do mês, passou a ter mais tempo para dar à família, e até agora a experiência tem sido positiva.
A entrevista foi muito descontraída, a conversa fluiu, falou-se de coisas sérias, que interessam a quem se interessa pelas ideias.
Gostava de agradecer à Loja Ana Salgueiro, pela disponibilização do espaço para a nossa conversa.
"Um gajo ser pago para ter ideias é uma maravilha."